Caridade
Fiquei pensando sobre esse tema caridade. Ele é tão comentado, estudado e já existem tantas informações publicadas… E mais: como posso falar sobre caridade se não sou caridoso?!
Aí, ‘bati um papo’ com uma pessoa em quem confio que me lembrou algo importante. Ela disse: “Se ainda não somos caridosos, a gente devia escrever sobre como ‘deveria ser se já fosse.” Entendeu?!
Ah (?!), acho que entendi o recado. É tipo assim: se ainda não pratico o bem que deveria, preciso aprender sobre ele, falar, estudar, sentir e me esforçar por vivê-lo no dia a dia. Tá aí! É uma maneira de não me deixar esquecer o lance que já deveria ser um hábito pra mim, mas que ainda parece estar longe de ser. Então, preciso pensar, falar, estudar e sentir, pra ver se não esqueço de colocar o bem na minha agenda diária.
A caridade é simplesmente o nosso caminho para a felicidade. Em O Evangelho Segundo o Espiritismo, o capítulo 15 inteiro é dedicado ao assunto. O título é instigante: Fora da caridade não há salvação. Pronto, tô perdido! Se não for caridoso, tô lascado, vou ser condenado. Ai, meu Deus, e agora?!
É, de fato, o toque não deixa dúvida. O Evangelho chama a atenção para a principal virtude ensinada e vivida por Jesus: a tal da caridade. Chegamos à conclusão, pela leitura do texto evangélico, que fora da prática do bem não há felicidade.
E, praticar o bem, a indulgência e o perdão exige um pouco de esforço de todos nós, mas não é impossível para ninguém. Ou seja, se a gente quiser e se predispuser, daremos conta do recado. Bora tentar?!
Apenas pra lembrar, não é que a gente não saiba, mas, só por segurança, dá uma olhada na questão 886, lá do Livro dos Espíritos.
O amor e a caridade são o complemento da lei de justiça, pois amar o próximo é fazer-lhe todo o bem que nos seja possível e que desejáramos nos fosse feito. Tal o sentido destas palavras de Jesus: Amai-vos uns aos outros como irmãos. A caridade, segundo Jesus, não se restringe à esmola, abrange todas as relações em que nos achamos com os nossos semelhantes, sejam eles nossos inferiores, nossos iguais, ou nossos superiores. Ela nos prescreve a indulgência, porque de indulgência precisamos nós mesmos, e nos proíbe que humilhemos os desafortunados, contrariamente ao que se costuma fazer. ( …) O homem verdadeiramente bom procura elevar, aos seus próprios olhos, aquele que lhe é inferior, diminuindo a distância que os separa.
Ah, e a dica do Evangelho pra gente também não se esquecer, lá do capítulo 15, item 3.
Autor: Geraldo Sobrinho*(Adaptado de artigo publicado na Voz da Mocidade: Juventude e Espiritismo. DF, Ed. 9, jun. 2017.)