Kardec – uma vida missionária – parte 1
Habitualmente há sempre duas referências marcantes, quando se deseja memorizar a vida dos grandes homens: a data de nascimento e a de falecimento. O nascimento é em verdade uma incógnita do ponto de vista de que não se sabe se o espírito reencarnante vai ser vitorioso na programação que trouxe. Concluída a tarefa de uma existência é a hora de avaliar êxitos, dificuldades vencidas, fidelidade à causa a que se dedicou.
Com Kardec, a sua passagem foi a de um missionário que se preparou longamente para a tarefa e que a executou à altura da incumbência, como o bom soldado que não se assustaria com a refrega, embora houvesse de sofrer profundamente com ela. E no seu caso particular podemos fazer referência específica a três ao invés de duas datas: 03 de outubro (1804) o 18 de abril (1857) e o 31 de março (1869).
Como se sabe, a 3 de outubro nascera em Lion, na França, a criança que estava predestinada à gloriosa incumbência mas que não lhe era imposta, era aceita, isto sim.
No dizer de J. Herculano Pires, porém, Allan Kardec, como tal, nasceu mesmo em Paris, a 18 de abril de 1857, pois foi a partir daí que o mundo o conheceu, na personalidade do educador que se deixou apagar propositadamente, figura austera e nobre, para que surgisse o vulto do codificador. E a de 31 março renasceria para o mundo espírita, para a vida espiritual, o espírito vitorioso, insigne e duplamente imortal daquele que deixara na terra o germe fecundado da revelação dos espíritos.
Ele que fixara, como fruto dos estudos, observações e pesquisas, à certeza de que a morte física é sinônimo de libertação, expressamente para os que encerram dignamente os labores de uma vida nobre.
…continua no próximo mês.